domingo, 31 de outubro de 2010

PRIMEIRA POSTAGEM DE NOVEMBRO - EIXO VII

No VII semestre do curso de Pedagogia da UFRGS, as interdisciplinas me trouxeram pontos importantes para refletir e alguns me mostraram a ideia errada que fazia sobre o assunto. A respeito de educação de jovens e adultos, EJA, enfatiza a prioridade a uma aprendizagem construída pelos alunos num espaço de troca de conhecimento e estímulo, ponto fundamental que defende o educador Paulo Freire. Desconstrui a ideia anterior que achava que a educação de adultos visava apenas estudar, prestar provas e receber um certificado de conclusão do curso.
Esta educação oferecida não tem caráter profissionalizante mas qualificadora por promover um desenvolvimento constante do potencial do ser humano. Didática Planejamento e Ação trouxe o pai da Didática: Comênio como o educador que lutou por grandes mudanças na maneira de organização pedagógica da escola e das lutas que movem os educadores desde tempos mais antigos até os atuais, ou seja, uma escola capaz de atender a todos que dela necessitarem, não importando, idade, sexo, situação econômica, social e cultural.
Comênio no século XVII já idealizava uma escola que levasse em conta as diferenças dos seres humanos e que por isso fosse capaz de fazer com que todos vivessem em harmonia e suas diferenças respeitadas.
A interdisciplina de Libras mostrou que assim como a nossa comunicação possui regras, fonemas, combinações, a da cultura surda também tem suas regras próprias e a importância da busca do conhecimento desta cultura do surdo bem como o planejamento de ações de parte do governo e da escola para que exista um trabalho utilizando materiais e métodos que ofereçam melhores condições para aprimorar seus conhecimentos, buscando um crescimento como cidadão.
Linguagem e Educação abordou uma das dificuldades da escola que é o de conseguir promover uma afinação da linguagem, uma maneira é apresentar aos alunos imagens, palavras, portadores de texto como cartazes, embalagens, letreiros, jornais, livros, placas, presentes no seu cotidiano a fim de inserir naturalmente as crianças no mundo da escrita. Com o contato das crianças com situações do seu universo, gradativamente vai-se inserindo novas situações de aprendizagens, de novos ambientes, onde possa vivenciar experiências significativas de leitura e escrita e ir descobrindo a complexidade deste processo que é o mundo da leitura, escrita e fala.
Neste eixo pude finalmente concluir uma pesquisa passando assim por todos os passos de um Projeto de Aprendizagem (PA). Como professora eu não teria autoridade (tema do meu TCC) para trabalhar com meus alunos se não tivesse vivenciado estes momentos, sempre valorizando a caminhada, o progresso, as mudanças de direção e de opiniões, a construção que o indivíduo realiza durante o percurso e não apenas o resultado final.
As ideias centrais que ficaram foram: a importância do conhecimento da cultura para construir um planejamento que permita ao aluno ler o mundo e depois transformá-lo como fala Paulo Freire. Isso sem dúvida exige do professor estar diante do aluno com autoridade a fim de de o levar a construção de sua autonomia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

TERCEIRA POSTAGEM DE OUTUBRO - EIXO VI

Lidar com as diferenças, dar o direito do outro ser diferente, a beleza está no diferente, estas foram ideias sempre presentes no eixo VI do Pead. Concordo com Marilene Paré quando afirma que a escola está despreparada para trabalhar questões de diversidades. A discriminação existe, a escola é o ambiente onde mais são vivenciados estes atos. A escola acaba contribuindo para a construção de uma imagem destrutiva de si mesmo ao invés de ajudar na construção de uma identidade de autonomia.
A interdisciplina Questões Étnicas e Raciais fez pensar na construção da identidade, na ideia que fazemos de nós mesmos, que criamos conforme nossas memórias e mitos, que sofre mudanças de acordo com novas experiências que surgem e vivenciamos. A escola tem seu papel importante para contribuir na identidade, formando gerações afirmativas, trabalhando também com a diversidade, pois é ali que se congregam os diversos tipos de etnias, classes sociais e culturas, chamando atenção para o diferente na imagem física e também de comportamentos, mostrando à criança que cada um vem de uma família distinta, com seus valores, cultura, religiosidade e capacidades, mas que no espaço escolar todos precisam respeitar estas diferenças e conviver da melhor forma possível.
Na interdisciplina de Educação Especial ficou claramente definido que o que consideramos uma deficiência no outro é na verdade uma maneira diferente do sujeito estar no mundo, onde cada um apresenta seu tempo e sua maneira de expressar o que conhece e sabe fazer. Ninguém respeita algo que não conhece, por isso é da escola o papel de trabalhar e despertar a percepção e a consciência de seus integrantes para a diversidade que compõem os grupos familiares ou de convivência.
Através de autores como Marilene Paré, Piaget, fui observando uma tomada de consciência importante em relação ao papel do educador - aquele que se propõe educar, levar o outro a crescer, a aprender. Quando existe esta consciência, o professor age com mais autoridade com seu aluno, porque ele está seguro do que está fazendo, então permite que seu aluno seja autônomo, faça escolhas e tome decisões.
De acordo com o que foi visto na interdisciplina de Psicologia, que abordou a teoria de Piaget, a aprendizagem ocorre quando aluno e professor interagem, trocam experiências, informações e questionamentos. O ensino deve acontecer de acordo com a realidade de cada um, considerando e respeitando os seus limites e dificuldades, oportunizando ao aluno o direito de criticar, de dialogar, discordar ou concordar, de ouvir e de falar, de ver com seus próprios olhos. Diante disso a metodologia dos Projetos de Aprendizagens, trabalhada pelo Seminário Integrador, ofereceu um suporte de como trabalhar as diferenças, trazendo uma proposta para trabalhar com PAs por incluir a todos os alunos, partindo daquilo que lhes interessa, que aguça a sua curiosidade, que acolhe e que respeita o tempo de cada um.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SEGUNDA POSTAGEM DE OUTUBRO - EIXO V

Ser professor não se configura apenas em estar em sala de aula diretamente trabalhando com seu aluno. Este trabalho acontece numa instituição pública e existe uma estrutura política que a sustenta. O professor precisa estar bem informado sobre como funciona.
O eixo V do Pead aprofundou estas informações através das interdisciplinas. Organização e Gestão da Educação e Organização do Ensino Fundamental mostraram as normas e leis que regem o Estado e a Educação para uma Gestão Democrática. Dentro desta gestão está o Projeto Político Pedagógico que deve expressar os desejos da comunidade escolar, o Regimento que direciona como organizar a escola e o Currículo que dá sentido, mostra o caminho, organiza a escola para que aconteça a aprendizagem.
O conhecimento da Constituição, principalmente no que se refere à educação, mostrou como as esferas de governo se organizam na gestão do país procurando dar autonomia a cada uma, mas ao mesmo tempo não perdendo a unidade entre elas. Da mesma forma como deve acontecer na escola, todos participam, dão idéias e sugestões, mas sempre voltados e sem contrariar o que rege nossa lei maior, no caso a lei n° 9.394 de Diretrizes e Base.
Estas interdisciplinas mostraram a urgência de informações para que assim as mudanças comecem a ocorrer de baixo para cima e não o contrário como vem acontecendo.
A função do educador é fazer história, transformando o educando em uma personalidade viva, capaz de mudar a si mesmo e a natureza, acrescentando algo de bom, podendo optar entre o que é bom ou ruim. Aí está a autonomia que leva a construção da autoridade.


domingo, 3 de outubro de 2010

PRIMEIRA POSTAGEM DE OUTUBRO - EIXO IV

O espaço e o tempo foram o tema principal discutido no quarto eixo do pead.
Demos início ao Projeto Aprendizagem. Vimos como nossas crianças vêem o mundo e o representam através dos Estudos Sociais, Ciências e da Matemática. Esta representação depende de cada um e do meio em que vive, das suas experiências, de sua cultura. Nas crianças pequenas a ordem seqüencial e cronológica dos fatos está ainda muito confusa e desordenada.
O trabalho abordado por estas interdisciplinas mostrou maneiras diferentes de trabalhar estas noções, despertando para a inserção da criança de forma consciente no seu grupo social e gradativamente à grupos maiores. A autora Maria Aparecida Bergamaschi (interdisciplina de Estudos Sociais), ressalta que: “Para constituírem-se cidadãos é necessário o domínio de categorias e conceitos que permitam compreender e intervir no mundo”. Aqui relaciono ao tema do meu TCC: Autoridade. Esta é a missão do educador, fazer com que a criança quebre a resistência a mudanças e vá assimilando outras maneiras de pensar, agir e construir aos poucos sua própria autonomia e autoridade. Percebendo os cuidados com o espaço onde vive e as conseqüências do desequilíbrio causado pelo homem.
A criança é um ser social que está inserida num espaço, num determinado tempo, precisa ter a percepção de si mesma, dos objetos que a cerca, para poder agir de maneira a cuidar e preservar o meio ambiente.
Nestas descobertas irão despertando aos poucos a conscientização de fatos que acontecem além de seu mundo e aumenta a capacidade de compreender o tempo passado e futuro.
A proposta do Projeto de Aprendizagem que apliquei durante meu estágio no eixo oito, com os alunos de pré, onde puderam fazer perguntas, decidir o que gostariam de pesquisar, buscar as informações, criar suas hipóteses e chegar a suas próprias conclusões, é uma maneira de contribuir para a construção desta autonomia e autoridade e acredito estar dentro desta linha pedagógica pois foi preciso partir da realidade e dos interesses da criança, de forma integrada, mas com o olhar voltado para as coisas que estão acontecendo no mundo ao seu redor, não dando-lhes respostas prontas, mas ensinando-lhes a descobrir conceitos que permitam a compreender e intervir no mundo.