domingo, 21 de novembro de 2010

QUARTA POSTAGEM DE NOVEMBRO - REVISÃO

Muitas coisas faria diferente, esta foi a principal ideia que me acompanhava durante a revisita aos nove eixos do pead. Observei um crescimento em minhas reflexões e escrita desde o início. As ideias foram tornando-se mais coesas, menos abstratas. No início observei que não conseguia apresentar argumentos e evidências claras, fui crescendo aos poucos neste exercício proposto pelo Seminário Integrador.

A apresentação dos trabalhos também foi um crescente. Comecei com postagens de apenas respostas, depois acrescentei uma introdução para esclarecer sobre o que estava falando, comecei a usar cabeçalho completo de identificação. Comecei a usar uma introdução sobre o que se tratava o trabalho. Algumas postagens não tinham uma ideia de conclusão, no final já notei esta preocupação em dar um fechamento ao assunto.

Senti muita falta de não ter feito o exercício de usar as referências bibliográficas durante o curso em meus trabalhos, fiz apenas alguns pequenos ensaios, e isto me fez falta agora na construção do TCC por não achar a fonte de onde tinha tirado uma ideia de determinado autor. Piaget e Paulo Freire que foram os mais usados, gastei mais tempo procurando o texto. O diálogo com os autores também achei que deixaram a desejar em minhas postagens, poderia ter relacionado mais minha prática pedagógica com o que eles dizem.

Mas enfim tudo é um aprendizado, não teria chegado até aqui se não tivesse começado e se já soubesse tudo não teria necessidade de fazer o curso. Vi que sou capaz de ir mais além. Confesso que estou ansiosa para fazer um curso de pós-graduação e continuar crescendo. Certamente minhas produções terão um nível bem mais elaborado depois desta caminhada no curso de Pedagogia e das orientações valiosíssimas recebidas dos professores e tutores.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TERCEIRA POSTAGEM DE NOVEMBRO - EIXO IX

A construção do trabalho de conclusão (TCC) do Curso Licenciatura em Pedagogia da Ufrgs aconteceu no nono semestre. Minha questão inicial da pesquisa seria sobre os limites na Educação Infantil, depois por orientação de minha supervisora do TCC, resolvi investigar sobre a construção da autoridade do professor em sala de aula. Embasei a pesquisa principalmente nos autores Paulo Freire, François Dubet, Yves de La Taille. Nesta construção, muitas perguntas e dúvidas que me preocupavam a respeito da às vezes tão difícil relação professor e aluno, ganharam um novo olhar. Eu comecei a refletir sobre como meu aluno está me vendo, que reações minhas atitudes provocam nele, qual o grau de credibilidade, afetividade e segurança do que estou fazendo, passo para ele. Estes três conceitos senti estarem interligados entres os autores que li para fazer o trabalho.

Sob a orientação de minha supervisora fui muitas vezes advertida para não fazer “generalizações”, esta palavra vou levar comigo por muito tempo, ou generalizando, para sempre. Tornou-se um compromisso meu em muitos dos meus pensamentos, julgamentos e avaliações ver de diversos ângulos, tentar me colocar na terceira margem como fala Guimarães Rosa. Realmente para fazer uma pesquisa e mostrar seus resultados é necessário cuidado para não generalizar e tentar manter a imparcialidade. Comecei a observar isto também na escrita dos autores e percebi uma competência deles para conseguir colocar uma ideia muito importante, mas de maneira sutil, sem agredir o próprio leitor.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

SEGUNDA POSTAGEM DE NOVEMBRO - EIXO VIII

O eixo VIII do curso de Pedagogia da UFRGS, foi dedicado à realização do estágio supervisionado o qual realizei com uma turma de pré-escola na Escola Estadual Emílio Tarragô , no município de Capão da Canoa. Meu trabalho docente procurou seguir a proposta sócio-interacionista, abordada por Vigotsky e Jean Piajet. Ambos destacam que o conhecimento é construído pelo sujeito. Na essência de suas obras entendo claramente uma referência à formação de sujeitos políticos, autônomos e emancipados o que requer um fazer pedagógico que vai das atividades espontâneas dos indivíduos às suas reconstruções do objeto do conhecimento a partir da sua relação com o mais experiente, no caso aqui a autoridade do professor.


Esta prática pode ser confirmada ao trabalhar com os Projetos de Aprendizagens (PA) onde pude evidenciar efetivamente o contato das crianças e interação com o objeto de conhecimento, levando para novas descobertas. Esta interação delas com o objeto do conhecimento, realmente é capaz de desenvolver sua autonomia, depois da conclusão de nossa pesquisa, eles se deram conta que poderiam também pesquisar sobre outros assuntos.


Minha função neste processo como professora foi de mediadora e não de detentora do saber, eu abri os espaços, orientei na escolha dos materiais, mostrei os caminhos e fui questionando durante o processo para que os alunos percebessem se estavam no caminho certo ou não, articulando entre os alunos as formas de trabalho, os objetivos, os interesses, cuidando para que o ambiente de trabalho fosse propício e harmonioso e ajudando a providenciar os recursos para a pesquisa. Como os alunos ainda não escrevem, eu organizava e registrava todas as falas e descobertas da turma.


Destaco o trabalho com o PA como a principal atividade que levou a me apropriar de uma metodologia que valoriza o processo e não apenas o resultado final. Ofereceu um suporte de como trabalhar as diferenças por incluir a todos os alunos e exercitar constantemente o respeito a opinião do outro. Este exercício deixou-me com mais autoridade sobre o assunto de projetos, que era um desafio e precisava enfrentar e de acordo com Piaget o novo desacomoda, desequilibra para que depois haja a assimilação, acomodação dos dados e a transformação em novos conhecimentos.


domingo, 31 de outubro de 2010

PRIMEIRA POSTAGEM DE NOVEMBRO - EIXO VII

No VII semestre do curso de Pedagogia da UFRGS, as interdisciplinas me trouxeram pontos importantes para refletir e alguns me mostraram a ideia errada que fazia sobre o assunto. A respeito de educação de jovens e adultos, EJA, enfatiza a prioridade a uma aprendizagem construída pelos alunos num espaço de troca de conhecimento e estímulo, ponto fundamental que defende o educador Paulo Freire. Desconstrui a ideia anterior que achava que a educação de adultos visava apenas estudar, prestar provas e receber um certificado de conclusão do curso.
Esta educação oferecida não tem caráter profissionalizante mas qualificadora por promover um desenvolvimento constante do potencial do ser humano. Didática Planejamento e Ação trouxe o pai da Didática: Comênio como o educador que lutou por grandes mudanças na maneira de organização pedagógica da escola e das lutas que movem os educadores desde tempos mais antigos até os atuais, ou seja, uma escola capaz de atender a todos que dela necessitarem, não importando, idade, sexo, situação econômica, social e cultural.
Comênio no século XVII já idealizava uma escola que levasse em conta as diferenças dos seres humanos e que por isso fosse capaz de fazer com que todos vivessem em harmonia e suas diferenças respeitadas.
A interdisciplina de Libras mostrou que assim como a nossa comunicação possui regras, fonemas, combinações, a da cultura surda também tem suas regras próprias e a importância da busca do conhecimento desta cultura do surdo bem como o planejamento de ações de parte do governo e da escola para que exista um trabalho utilizando materiais e métodos que ofereçam melhores condições para aprimorar seus conhecimentos, buscando um crescimento como cidadão.
Linguagem e Educação abordou uma das dificuldades da escola que é o de conseguir promover uma afinação da linguagem, uma maneira é apresentar aos alunos imagens, palavras, portadores de texto como cartazes, embalagens, letreiros, jornais, livros, placas, presentes no seu cotidiano a fim de inserir naturalmente as crianças no mundo da escrita. Com o contato das crianças com situações do seu universo, gradativamente vai-se inserindo novas situações de aprendizagens, de novos ambientes, onde possa vivenciar experiências significativas de leitura e escrita e ir descobrindo a complexidade deste processo que é o mundo da leitura, escrita e fala.
Neste eixo pude finalmente concluir uma pesquisa passando assim por todos os passos de um Projeto de Aprendizagem (PA). Como professora eu não teria autoridade (tema do meu TCC) para trabalhar com meus alunos se não tivesse vivenciado estes momentos, sempre valorizando a caminhada, o progresso, as mudanças de direção e de opiniões, a construção que o indivíduo realiza durante o percurso e não apenas o resultado final.
As ideias centrais que ficaram foram: a importância do conhecimento da cultura para construir um planejamento que permita ao aluno ler o mundo e depois transformá-lo como fala Paulo Freire. Isso sem dúvida exige do professor estar diante do aluno com autoridade a fim de de o levar a construção de sua autonomia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

TERCEIRA POSTAGEM DE OUTUBRO - EIXO VI

Lidar com as diferenças, dar o direito do outro ser diferente, a beleza está no diferente, estas foram ideias sempre presentes no eixo VI do Pead. Concordo com Marilene Paré quando afirma que a escola está despreparada para trabalhar questões de diversidades. A discriminação existe, a escola é o ambiente onde mais são vivenciados estes atos. A escola acaba contribuindo para a construção de uma imagem destrutiva de si mesmo ao invés de ajudar na construção de uma identidade de autonomia.
A interdisciplina Questões Étnicas e Raciais fez pensar na construção da identidade, na ideia que fazemos de nós mesmos, que criamos conforme nossas memórias e mitos, que sofre mudanças de acordo com novas experiências que surgem e vivenciamos. A escola tem seu papel importante para contribuir na identidade, formando gerações afirmativas, trabalhando também com a diversidade, pois é ali que se congregam os diversos tipos de etnias, classes sociais e culturas, chamando atenção para o diferente na imagem física e também de comportamentos, mostrando à criança que cada um vem de uma família distinta, com seus valores, cultura, religiosidade e capacidades, mas que no espaço escolar todos precisam respeitar estas diferenças e conviver da melhor forma possível.
Na interdisciplina de Educação Especial ficou claramente definido que o que consideramos uma deficiência no outro é na verdade uma maneira diferente do sujeito estar no mundo, onde cada um apresenta seu tempo e sua maneira de expressar o que conhece e sabe fazer. Ninguém respeita algo que não conhece, por isso é da escola o papel de trabalhar e despertar a percepção e a consciência de seus integrantes para a diversidade que compõem os grupos familiares ou de convivência.
Através de autores como Marilene Paré, Piaget, fui observando uma tomada de consciência importante em relação ao papel do educador - aquele que se propõe educar, levar o outro a crescer, a aprender. Quando existe esta consciência, o professor age com mais autoridade com seu aluno, porque ele está seguro do que está fazendo, então permite que seu aluno seja autônomo, faça escolhas e tome decisões.
De acordo com o que foi visto na interdisciplina de Psicologia, que abordou a teoria de Piaget, a aprendizagem ocorre quando aluno e professor interagem, trocam experiências, informações e questionamentos. O ensino deve acontecer de acordo com a realidade de cada um, considerando e respeitando os seus limites e dificuldades, oportunizando ao aluno o direito de criticar, de dialogar, discordar ou concordar, de ouvir e de falar, de ver com seus próprios olhos. Diante disso a metodologia dos Projetos de Aprendizagens, trabalhada pelo Seminário Integrador, ofereceu um suporte de como trabalhar as diferenças, trazendo uma proposta para trabalhar com PAs por incluir a todos os alunos, partindo daquilo que lhes interessa, que aguça a sua curiosidade, que acolhe e que respeita o tempo de cada um.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SEGUNDA POSTAGEM DE OUTUBRO - EIXO V

Ser professor não se configura apenas em estar em sala de aula diretamente trabalhando com seu aluno. Este trabalho acontece numa instituição pública e existe uma estrutura política que a sustenta. O professor precisa estar bem informado sobre como funciona.
O eixo V do Pead aprofundou estas informações através das interdisciplinas. Organização e Gestão da Educação e Organização do Ensino Fundamental mostraram as normas e leis que regem o Estado e a Educação para uma Gestão Democrática. Dentro desta gestão está o Projeto Político Pedagógico que deve expressar os desejos da comunidade escolar, o Regimento que direciona como organizar a escola e o Currículo que dá sentido, mostra o caminho, organiza a escola para que aconteça a aprendizagem.
O conhecimento da Constituição, principalmente no que se refere à educação, mostrou como as esferas de governo se organizam na gestão do país procurando dar autonomia a cada uma, mas ao mesmo tempo não perdendo a unidade entre elas. Da mesma forma como deve acontecer na escola, todos participam, dão idéias e sugestões, mas sempre voltados e sem contrariar o que rege nossa lei maior, no caso a lei n° 9.394 de Diretrizes e Base.
Estas interdisciplinas mostraram a urgência de informações para que assim as mudanças comecem a ocorrer de baixo para cima e não o contrário como vem acontecendo.
A função do educador é fazer história, transformando o educando em uma personalidade viva, capaz de mudar a si mesmo e a natureza, acrescentando algo de bom, podendo optar entre o que é bom ou ruim. Aí está a autonomia que leva a construção da autoridade.


domingo, 3 de outubro de 2010

PRIMEIRA POSTAGEM DE OUTUBRO - EIXO IV

O espaço e o tempo foram o tema principal discutido no quarto eixo do pead.
Demos início ao Projeto Aprendizagem. Vimos como nossas crianças vêem o mundo e o representam através dos Estudos Sociais, Ciências e da Matemática. Esta representação depende de cada um e do meio em que vive, das suas experiências, de sua cultura. Nas crianças pequenas a ordem seqüencial e cronológica dos fatos está ainda muito confusa e desordenada.
O trabalho abordado por estas interdisciplinas mostrou maneiras diferentes de trabalhar estas noções, despertando para a inserção da criança de forma consciente no seu grupo social e gradativamente à grupos maiores. A autora Maria Aparecida Bergamaschi (interdisciplina de Estudos Sociais), ressalta que: “Para constituírem-se cidadãos é necessário o domínio de categorias e conceitos que permitam compreender e intervir no mundo”. Aqui relaciono ao tema do meu TCC: Autoridade. Esta é a missão do educador, fazer com que a criança quebre a resistência a mudanças e vá assimilando outras maneiras de pensar, agir e construir aos poucos sua própria autonomia e autoridade. Percebendo os cuidados com o espaço onde vive e as conseqüências do desequilíbrio causado pelo homem.
A criança é um ser social que está inserida num espaço, num determinado tempo, precisa ter a percepção de si mesma, dos objetos que a cerca, para poder agir de maneira a cuidar e preservar o meio ambiente.
Nestas descobertas irão despertando aos poucos a conscientização de fatos que acontecem além de seu mundo e aumenta a capacidade de compreender o tempo passado e futuro.
A proposta do Projeto de Aprendizagem que apliquei durante meu estágio no eixo oito, com os alunos de pré, onde puderam fazer perguntas, decidir o que gostariam de pesquisar, buscar as informações, criar suas hipóteses e chegar a suas próprias conclusões, é uma maneira de contribuir para a construção desta autonomia e autoridade e acredito estar dentro desta linha pedagógica pois foi preciso partir da realidade e dos interesses da criança, de forma integrada, mas com o olhar voltado para as coisas que estão acontecendo no mundo ao seu redor, não dando-lhes respostas prontas, mas ensinando-lhes a descobrir conceitos que permitam a compreender e intervir no mundo.