quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Análise do Portfólio de um colega.

Transcrevo aqui a análise realizada do blog para a síntese final do eixo VII
Para realizar a questão 2, análise do Portfólio de uma colega, entrei no pólo de Sapiranga, escolhi a colega que tinha o mesmo número que o meu na lista dos blogs. O número cinquenta está no link:
. Portfólio de Aprendizagens da Paty - Atom
Observando o blog achei que teria todos os pré requisitos para fazer uma análise e ainda me acrescentaria novas reflexões sobre os temas estudados durante o semestre do eixo VII. A colega faz reflexões com bastante fundamento a respeito das aprendizagens adquiridas no semestre. Assim como eu, ela é professora de pré-escola e trás em suas postagens um relacionamento entre os textos dos autores propostos pelas interdisciplinas e sua prática de sala de aula. Posicionando-se diante da idéia dos pensadores e da nossa real situação educacional.
Refere-se a Comênio como o educador que lutou por grandes mudanças na maneira de organização pedagógica da escola e das lutas que movem os educadores atuais, ou seja, uma escola capaz de atender a todos que dela necessitarem, não importando, idade, sexo, situação econômica, social e cultural.
Em suas postagens sobre a EJA, trás bem definido a diferenciação proposta para esta modalidade de ensino de que não tem mais o antigo conceito de apenas alfabetizar os adultos, mas sim propõem um desafio de inclusão onde a aprendizagem ocorre em todas as idades e uma educação que possibilite o crescimento integral do sujeito.
Suas reflexões conseguem estabelecer um diálogo entre a teoria vista no curso e sua prática de sala de aula. Em sua experiência com a EJA, enfatiza a prioridade a uma aprendizagem construída pelos alunos num espaço de troca de conhecimento e estímulo, ponto fundamental que defende o educador Paulo Freire. Esta construção também deixa clara ao relatar a maneira como trata os assuntos em sua turma de pré-escola, após ser feita a intervenção da tutora e sugerir que traga para o blog como trabalha aspectos da leitura, escrita e oralidade. Trabalha com a linha piagetiana onde os alunos constroem suas próprias hipóteses explorando todas as situações de letramento que envolvem seu cotidiano.
A colega teve o cuidado de realizar pelo menos uma postagem contemplando cada interdisciplina mantendo uma regularidade de duas postagens semanais após duas semanas de aula e mantém uma postagem por semana nos dois meses seguintes, outubro e novembro.
Procurou responder os questionamentos da tutora na intervenção através dos comentários, demonstrando entendimento e acrescentando informações pertinentes ao enfoque em debate. Sempre usando linguagem clara e objetiva.
Suas postagens trazem no primeiro momento as concepções e conceitos estudados em cada interdisciplina, no segundo momento analisa estes conceitos de forma crítica, expressando sua opinião sobre o assunto e relacionando à sua prática profissional.
Seu entendimento interdisciplinar torna-se evidente na postagem sobre planejamento, relatando a maneira como é construído o plano de estudos em sua escola, com a participação de todos os seguimentos da comunidade escolar, prevendo oportunidades em que o aluno possa desenvolver seu pensamento e a capacidade de posicionar-se diante das situações problemas que surgem no dia a dia. Trás também a importância de valorizar a bagagem de conhecimentos que eles já possuem, seus interesses e curiosidades..

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

UMA NOVA POSTURA

Todas as leituras e discussões do curso do Pead, estão me levando a adotar uma nova postura como educadora que prepara para a alfabetização e promove momentos em que os alunos sejam agentes de transformações do mundo.

Esta nova postura está me levando em primeiro lugar a ser observadora e investigadora da maneira como acontece a aprendizagem se processa na cabecinha de meus alunos.

Esta visão de que a aprendizagem ocorre de dentro para fora e não o contrário, me leva a ser observadora e admiradora das reações e respostas dos alunos.

Cada criança apresenta um nível de desenvolvimento e no fato de serem levadas a ser observadoras da construção dos colegas, faz com que avaliem seu próprio agir. Trago aqui um exemplo de uma situação que provoquei em minha aula, pedindo que duas meninas que já estão lendo e escrevendo, escrevessem uma parlenda no quadro que já estamos trabalhando.

Ao avaliarem e compararem, os dois textos escritos, observaram que uma diferença era que uma escreveu deixando espaços entre as palavras e a outra não.

Pedi que pintassem os espaços e a diferença ficou mais visível, a própria escritora sentiu dificuldades para ler seu texto. Falamos a parlenda, batendo uma palma para cada palavra.

No outro dia a mesma menina pegou uma folha e sem que eu pedisse ela escreveu a parlenda com espaços entre as palavras e disse que agora estava pensando melhor quando escrevia e sabia que não eram todas emendadas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TEMAS GERADORES

Durante estes anos todos de magistério, construí a ideia de que falar em alfabetização é mostrar um método que inicie mostrando a palavra ou letras e já pedindo ao aluno que escrevesse ou lesse o que estava escrito.
Quando assisti o vídeo de Paulo Freire sobre os temas geradores, estava com esta espectativa, mas vi um processo totalmente oposto.
Observei que o processo de aprendizagem dos alunos vai acontecendo naturalmente, através de discussões de fatos de sua realidade e de seu cotidiano. O professor não trás nada pronto, mas vai fazendo intervenções durante as conversas de maneira a explorar e valorizar o que os alunos trazem em suas experiências de vida ou bagagem cultural.
Não existe uma lista de conteúdos determinados, o professor não sabe qual assunto será discutido, mas ele aproveita todas as situações e tira delas palavras que serão exploradas.
Os alunos vão discutindo sobre os problemas reais, procurando soluções e começam escrevendo dá maneira como pensam sobre a palavra. A escrita e leitura para eles cria um sentido porque estão lendo e escrevendo para resolverem seus problemas e não coisas sem sentidos. Acredito que a educação desta maneira contribua para que os sujeitos sejam os verdadeiros transformadores do mundo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

APRENDIZAGEM POR PROJETOS

É impossível estudar sobre os Projetos de Aprendizagens sem ir fazendo uma relação com nossa realidade escolar. A aprendizagem por projetos parte do interesse do aluno, de suas próprias dúvidas e escolhas. Como conciliar esta metodologia com o que está sendo imposto às escolas de aplicação de provas a nível estadual e federal igualando tudo e todos? As escolas deverão adequar-se e oferecer aos alunos atividades que lhes desenvolvam a capacidade de responder a prova e com um grande compromisso de sair-se muito bem. Mas terá havido efetivamente aprendizagem se não partiu de seu interesse? Ou apenas desenvolverão algumas habilidades que lhes habilitarão a mais uma vez estudar só para as provas, logo depois acabará tudo no esquecimento?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SÍNTESE DO PROJETO DE APRENDIZAGEM

Finalmente meu grupo consegue chegar ao final de uma pesquisa. Mesmo faltando alguns pontos a serem definidos como um referencial teórico.
Neste processo de aprendizagem destaco como importante o registro e valorização do processo que o grupo percorreu para realizar a pesquisa.
Mesmo já tendo contato com esta ideia num projeto anterior, constato a cada passo como está sendo difícil nos apropriarmos desta metodologia, pois estamos sempre pensando no resultado final ou seja o que iremos descobrir com a pesquisa. Certamente resultado de anos de prática de métodos de ensino que valorizam o resultado final e não a caminhada, o progresso, as mudanças de direção e de opiniões, a construção que o indivíduo realiza durante o percurso.
Várias vezes no grupo, nos chamávamos a um retorno ao que interessava, o processo e não o resultado.
Esta metodologia deixa-me uma ideia muito forte de que preciso exercitar mais ao longo do tempo para absorvê-la melhor, a de que os conteúdos, os assuntos propostos, só tem realmente significado para o professor e o aluno, se houver um acompanhamento através de registros escritos dos momentos de discussão em grupo, das reflexões individuais, enfim, da interação dos envolvidos.

LIBRAS


Enfrentar os desafios de conhecer a cultura dos surdos é proposta pela interdisciplina de Libras do pead. Conhecer este processo é mais um momento para reflexão sobre o diferente, neste caso confesso que esta interdisciplina no primeiro momento auxiliou-me na compreensão de como meu aluno de pré escola, sente-se quando ainda analfabeto pois é como estou em relação a comunicação através de libras, o diferente modo de comunicação que se faz através de gestos, expressões, mímicas e sinais.
Assim como a nossa comunicação possui regras, fonemas, combinações, a da cultura surda também. Talvez conhecê-lo será meu maior desafio neste semestre.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

EMPODERAMENTO

O processo pelo qual os indivíduos adquirem autonomia para poderem decidir sobre questões que lhes dizem respeito, escolher alternativas, ter voz ativa, visibilidade do mundo, capacidade da ação e decisão, isto pode servir como definição da expressão "empowermente" ou "empoderamento".
Empoderamento está próximo da autonomia e é defendido como uma alfabetização radical. è o ponto de partida que possibilita a aqueles que foram silenciados pelas escolas e meios de comunicação, exijam a autoria de suas próprias vidas.
Quando tomo consciência sobre meus direitos e luto por eles, adquiro o poder de decidir pelo melhor para mim e para a sociedade, então posso dizer: tenho o empoderamento. Como educadora tenho que defender e fazer com que aconteça uma educação e uma alfabetização que vise uma leitura de mundo, mundo este sendo um lugar de contradições da realidade e compreender que esta realidade está sempre em constante transformação.
Infelizmente hoje a preocupação em nossas escolas é que precisamos preparar nossos alunos consigam preencher provinhas e apresentem bons resultados estatísticos do interesse do governo. Me parece que temos a troca do empoderamento pelo empobrecimento.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DIDÁTICA

Realizando e refletindo sobre as atividades da interdisciplina de didática, senti falta de não ter sido criado em mim o hábito de registrar os acontecimentos, procedimentos, conquistas, coisas que não deram certo, frustrações, no meu cotidiano escolar e consequentemente, não fiz isto com meus alunos também. Pois como afirma muito sabiamente Miguel Arroyo (2002, p.124): "As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens". Mas nunca é tarde para mudanças.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DESAFIOS DA ESCOLA

Uma das dificuldades da escola que é o de conseguir promover uma afinação da linguagem, acredito que deva começar apresentando aos alunos imagens, palavras, portadores de texto como cartazes, embalagens, letreiros, jornais, livros, placas, presentes no seu cotidiano.
Estes inserem naturalmente as crianças no mundo da escrita. Com o contato das crianças com situações do seu universo, gradativamente vai-se inserindo novas situações de aprendizagens, de novos ambientes, onde possa vivenciar experiências significativas de leitura e escrita e ir descobrindo a complexidade deste processo que é o mundo da leitura, escrita e fala.

domingo, 13 de setembro de 2009

LINGUAGEM E EDUCAÇÃO



Letramento e alfabetização há algum tempo faz parte de nossas conversas. Falar, ler e escrever sofre influência dos meios social e cultural, estes definirão as características de cada um, poderá ser formal, sofisticada, coloquial.
Conforme a situação usaremos uma linguagem específica, em um bilhete, uma carta, um discurso. Esta diferenciação encontra-se tanto na comunicação oral como escrita e torna-se muitas vezes complicado entender e trabalhar com nossos alunos por pertencermos a um país rico de culturas, cada uma com suas peculiaridades.
Torna-se uma tarefa imprescindível do professor, colocar os alunos em contato com a existência da língua padrão e a coloquial, bem como as que irão surgindo, como agora a usada nas conversações de grupos de relacionamento através da internet.

EIXO VII - EJA

As descobertas continuam...No sétimo semestre do Pead, estou me apropriando de conhecimentos sobre a EJA: Educação de Jovens e Adultos. Minha ideia inicial era que fosse a mesma coisa que o supletivo, as pessoas estudavam, prestavam provas e recebiam um certificado de conclusão do curso.
Iniciando os estudos através do Parecer CEB 11.2000 – Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, vejo que é uma proposta que vai além. Vem reparar uma dívida social com quem por vários motivos não teve ou não concluiu os estudos na escola. Permitindo o acesso dos que tiveram esta interrupção ela assume a função de equalizadora. Esta educação oferecida não tem caráter profissionalizante mas qualificadora por promover um desenvolvimento constante do potencial do ser humano.

domingo, 12 de julho de 2009

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

As atividades do sexto semestre do curso de Pedagogia a distância da Ufrgs chegaram ao final, mas os questionamentos e reflexões continuam.

O filme que assisti para realizar a síntese final do eixo VI: “Entre os muros da escola”, continua me assombrando com suas cenas conflitantes, mas reais do cotidiano das nossas escolas e salas de aula.

Entre saber que conflitos existem e vê-los explicitamente existe uma grande distância. Então ao ver o filme, o choque é causado.

Normalmente tudo o que acontece principalmente de ruim ou negativo é atribuído aos professores e no filme não ocorre diferente, o centro de todas as desavenças são jogadas para o professor. Realmente, ele não consegue lidar com tantas diferenças e interesses ao mesmo tempo.

Vejamos, a escola como uma instituição educacional, elabora normas de disciplina, currículo, grade de avaliação, lista de conteúdos. Os pais matriculam seus filhos lá e esperam que os professores curem seus traumas, superem suas deficiências, conheçam seus anseios, os tornem cidadãos civilizados e educados. Os alunos querem mais do que o mundo já lhes oferece, sempre novidades, tudo imediato, a vontade de cada um deve prevalecer.

E o professor, ah, a este resta pouco, deve colocar em prática todos os planos da escola e garantir seu pleno êxito. Conhecer seus alunos muito profundamente, auxiliando-os a superarem seus traumas (construídos desde a gestação), dificuldades de relacionamentos, aprendizagens, torná-los críticos ( mesmo quando a própria escola depois não agüenta e os classifica como delinqüentes).

Aliás desenvolver a criticidade não parece ser muito difícil, o difícil é aprender aceitar as críticas.

Com os alunos o professor deve ser mágico, palhaço, artista, médico, psicólogo, pintor, dançarino, comediante, ilusionista, técnicos em tudo, escritor, e mais uma infinidade de designações. Mas estará ainda muito aquém do que é esperado e do que se imagina ser um bom professor, estará sempre ultrapassado, porque o mundo além dos muros da escola corre rápido demais. Não tem a preocupação de formar ninguém, isto é tarefa do professor.

O mundo precisa desenvolver-se, superar-se, destruir-se. E espera do professor uma solução para o que atrapalha seu caminho.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

QUESTÕES ÉTNICAS E RACIAIS

Considerações finais sobre Questões Étnicas e Raciais

Marilene Paré afirma que a escola é o local onde mais são criados os pré-conceitos então é também onde podem ser quebrados, não se omitindo de trazer à tona abordagens étnicas raciais.

Trazendo a beleza da diversidade do povo brasileiro para os currículos escolares, tratando-os com seriedade, evitando a disseminação da discriminação.

A cultura e tradições afro e indígenas, devem ser resgatadas de maneira a serem valorizadas, excluindo terminologias pejorativas, permitindo que os alunos possam olhar para si mesmos e terem orgulho de sua etnia e não negá-la.

Isto é possível com uma formação e conscientização de professores que possam trabalhar estas questões com conhecimento e segurança da beleza histórica e cultural destes povos.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Considerações finais sobre Psicologia

Piaget foi nosso grande companheiro neste eixo VI.

Através de sua teoria da Epistemologia Genética que, acreditava que a aprendizagem acontece a partir da ação do sujeito sobre o objeto, sendo que essa ação pode ser física ou mental, procurei analisar minha prática docente de sala de aula.

Após constatar uma prática empirista, ou seja, aquela que acredita que o conhecimento é transmitido pelo professor ao aluno, tenho refletido muito sobre a teoria Piagetiana que estuda de que maneira acontece a aprendizagem e como se desenvolve no sujeito.

Chamada também de interacionista pela interação que deve haver entre o sujeito e o objeto, provando que o conhecimento é algo construído pelo sujeito, na sua ação sobre o objeto de conhecimento, e não se dá a aprendizagem se não houver estruturas necessárias para que esse sujeito seja autor de sua construção.

É pela ação do sujeito que o conhecimento é construído. Por isso, procuro fazer da minha sala de aula um ambiente prazeroso, interativo, investigativo, que instigue a curiosidade dos alunos e que faça com que se sintam parte de uma história construída em conjunto, onde cada um desenvolve o seu papel, construindo seu próprio conhecimento.

Não será de uma hora para outra mas é um início. A assimilação já houve, diria que estou num processo de acomodação destes conhecimentos para promover um equilíbrio, a construção do meu próprio conhecimento.

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Considerações finais de Filosofia

Percebemos e interpretamos o mundo pelo senso comum, isto é, é a nossa própria maneira de interpelarmos e dizer como ele é.

A Filosofia é a Ciência que nos faz vermos o mundo de outra perspectiva, é a superação do senso comum.

Somos acostumados a interpretar de uma maneira e passamos a perceber que as coisas não são como imaginávamos.

Na filosofia o conflito daquilo que tínhamos certeza, gera instabilidade, esta por sua vez gera angústia e busca uma nova resposta.

A atitude filosófica permite uma pergunta: “será que isto é assim mesmo?”

Na interdisciplina de Filosofia, fui desafiada a passar por um processo de exercício argumentativo, formalizando os argumentos, indicando as premissas e a conclusão.

Muito importante também foi o exercício de contestar a atitude do filósofo francês Claude Lee, defendendo perante o grupo minhas argumentações, analisando a refutação, mantendo ou mudando minha opinião.

Os princípios morais e dilemas, sempre presentes nas discussões, ajudaram no desenvolvimento de um pensamento crítico, procurando livrar minhas opiniões apenas do senso comum e abrindo para uma reflexão onde um mesmo tema pode ter outras interpretações.

A preocupação com a barbárie que acomete nosso mundo, foi bastante discutida e chegamos a conclusão que só através da educação poderemos ter um mundo mais humanizado.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

CONCLUSÕES SOBRE O ESTUDO DE CASO

Tudo me leva a refletir sobre nossa capacidade de saber o que está certo ou errado, nossas certezas de muito tempo construídas podem dissipar-se em poucos instantes. Isto aconteceu em breve contato para analisar a situação de um aluno de minha escola com necessidades educacionais especiais.

A princípio pelo meu despreparo e falta de informações, o assunto causou-me desânimo e impotência, pois achava que nosso papel de educador deveria ser corrigir a dificuldade apresentada pelo aluno.

Com o decorrer do semestre minha visão tomou novo enfoque, constatei primeiro que o que aprendi que seria uma deficiência é na verdade uma maneira diferente do sujeito estar no mundo, onde cada um apresenta seu tempo e sua maneira de expressar o que conhece e sabe fazer.

É difícil ver esta realidade porque vivemos em torno dos currículos escolares e estruturas já criadas que impõem seus padrões do que considera um pleno desenvolvimento do educando e quais metas deve atingir para ser considerado dentro dele, excluindo desta forma os que não se enquadram.

Fica também o entendimento de que nada pode ser modificado sem antes buscarmos informações e haver um comprometimento do professor em envolver-se no conhecimento e desenvolvimento de seu aluno.

O caso do menino que escolhi para analisar trouxe-me questões de providências que poderiam ter sido tomadas pela escola e pela família, na estrutura física e pedagógica, que não aconteceram e que também felizmente não fizeram falta ao Daniel. Mas como cada caso é um caso, fica o alerta para situações futuras de que atitudes devem ser tomadas e tem como melhorar a permanência do aluno na escola se houver um comprometimento e envolvimento em várias esferas, escolar, familiar e governamental. Cada um tem um papel fundamental a desempenhar na garantia do desenvolvimento pleno do aluno como cidadão. Desde o início mencionei que na realidade a escola não incluiu este aluno, mas ele incluiu-se nela. (Cheguei a pensar que este caso não seria produtivo em termos de reflexão sobre a inclusão). Em momento algum esta criança foi tratada como impotente ou diferente, sendo excluída ou desencorajada das atividades físicas. Havendo incentivo dos professores e por parte de sua família não houve repressão para que não participasse porque poderia não conseguir ou machucar-se.

Todo este conjunto de atitudes positivas levou o menino, agora sim, a ser incluído, no time de futebol que representa a escola nos jogos municipais.


Enquanto ele estava só em nosso espaço escolar, estava fácil de controlar a situação. Mas como seria a atitude dos alunos de outras escolas ao jogarem com um menino que usava muletas.

Todas estas questões pesaram na hora do professor de Educação Física incluí-lo em seu time e apostou no aluno que merecia esta chance de provar ser capaz de participar além de ser um direito seu e também pelo apoio de seus pais que poderiam impedi-lo por medo de ser machucado. O importante não seria a vitória do time e conseguir classificações, mas permitir que todos tenham seus direito garantidos no mundo, não importa suas diferenças como já vinha acontecendo com todos os professores pelos quais passou desde a pré-escola.

O professor foi questionado pelos alunos das outras escolas sobre como deveriam agir, quais cuidados tomar durante o jogo, sua respostas foi que jogassem normalmente, cuidando e respeitando como fariam com os outros.

Depois de um tempo de jogo e de algumas oportunidades perdidas, Daniel finalmente consegue marcar um gol, o professor relata este momento emocionado, da atitude do goleiro que vai ao fundo da rede, pega a bola, vem em direção ao menino, larga a bola e aperta sua mão. A platéia do ginásio de esportes, composta por alunos de várias escolas, levanta-se e aplaude.

Vejo então que a inclusão não é só promover mudanças de adaptação, mas acreditar que todo aluno sabe e pode aprender mais. Concluo, portanto que nossa escola sempre incluiu Daniel, pois permitiu a ele espaço para demonstrar que era capaz.

SEXTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2009

QUESTÕES ÉTNICO RACIAIS

Dimensões de uma expressão cultural
A imagem que faço de mim mesma, são invensões que fui criando conforme as memórias, os mitos e idéias incutidas e vivenciadas ao longo do tempo, conforme o meio em que vivo.
A crença que esta identidade não muda, será assim até o fim, está aos pouco se dissipando em mim. Já tive uma imagem de mim, onde me via como alguém insubstituível na minha família, no serviço, este pensamento exigia uma cobrança muito grande de estar sempre presente em tudo, fazer sempre a diferença. Ápós muitas reflexões, esta imagem está sendo substituída pela de alguém que tem um papel importante na sua história, mas que pode falhar, escolher o que mais lhe agrada, enfim ser o que sou e não o que gostariam que eu fosse. Sem precisar fazer comparações com os outros, sem negar o outro.

DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2009

PSICOLOGIA II

Método Clínico

Perceber o estágio de desenvolvimento em que se encontra meu aluno é muito importante no planejamento que desenvolverei com ele. Identificando o estágio pré-operatório ou operatório concreto, são os que atingirão a faixa etária do meu campo de atuação, terei uma visão da capacidade já desenvolvida ou não que meus alunos possuem de conservação, isto é, se acompanham o processo de transformação dos objetos ( reversibilidade ), ou se ainda se detem ao que estão vendo no momento ( irreversibilidade ).
Interrogando a criança, pedindo explicaçãoes, oferecendo contra-argumentos, procurarei captar seu pensamento para ver que novas hipóteses poderá criar, qual o caminho que segue para a aprendizagem.

QUINTA-FEIRA, 7 DE MAIO DE 2009

QUESTÕES ÉTNICAS RACIAIS

A escola infelizmente parece que tem se mostrado o ambiente mais propício à discriminação de todas as maneiras, pois é ali que se congregam os diversos tipos de etnias, classes sociais, culturas e portadores de algum tipo de necessidades especiais.

É ela também quem tem o papel de trabalhar e despertar a percepção e a consciência de seus integrantes para a diversidade que compõem os grupos familiares ou de convivência.
Acredito que o primeiro passo a ser dado para que eu respeite o diferente de mim é conhecê-lo. Isto através das atividades propostas e serem aplicadas com meus alunos, mostrou-se eficiente e foi um passo importante, pois meus alunos de pré-escola passaram a tomar conhecimento das próprias diferenças entre si, a partir da construção do mosaico das etnias, vislumbraram um mundo mais cheio de diferenças convivendo lado a lado.
Nesta atividade despertaram para a existência da etnia indígena e demonstraram interesse em conhecer mais sobre eles. Fazendo relações com seu modo de vida e o diferente que não torna ninguém melhor ou pior por não ter um modo de vida igual.

Todo este conjunto de atitudes positivas levou o menino, agora sim, a ser incluído, no time de futebol que representa a escola nos jogos municipais.


Enquanto ele estava só em nosso espaço escolar, estava fácil de controlar a situação. Mas como seria a atitude dos alunos de outras escolas ao jogarem com um menino que usava muletas.

Todas estas questões pesaram na hora do professor de Educação Física incluí-lo em seu time e apostou no aluno que merecia esta chance de provar ser capaz de participar além de ser um direito seu e também pelo apoio de seus pais que poderiam impedi-lo por medo de ser machucado. O importante não seria a vitória do time e conseguir classificações, mas permitir que todos tenham seus direito garantidos no mundo, não importa suas diferenças como já vinha acontecendo com todos os professores pelos quais passou desde a pré-escola.

O professor foi questionado pelos alunos das outras escolas sobre como deveriam agir, quais cuidados tomar durante o jogo, sua respostas foi que jogassem normalmente, cuidando e respeitando como fariam com os outros.

Depois de um tempo de jogo e de algumas oportunidades perdidas, Daniel finalmente consegue marcar um gol, o professor relata este momento emocionado, da atitude do goleiro que vai ao fundo da rede, pega a bola, vem em direção ao menino, larga a bola e aperta sua mão. A platéia do ginásio de esportes, composta por alunos de várias escolas, levanta-se e aplaude.

Vejo então que a inclusão não é só promover mudanças de adaptação, mas acreditar que todo aluno sabe e pode aprender mais. Concluo, portanto que nossa escola sempre incluiu Daniel, pois permitiu a ele espaço para demonstrar que era capaz.