As atividades do sexto semestre do curso de Pedagogia a distância da Ufrgs chegaram ao final, mas os questionamentos e reflexões continuam.
O filme que assisti para realizar a síntese final do eixo VI: “Entre os muros da escola”, continua me assombrando com suas cenas conflitantes, mas reais do cotidiano das nossas escolas e salas de aula.
Entre saber que conflitos existem e vê-los explicitamente existe uma grande distância. Então ao ver o filme, o choque é causado.
Normalmente tudo o que acontece principalmente de ruim ou negativo é atribuído aos professores e no filme não ocorre diferente, o centro de todas as desavenças são jogadas para o professor. Realmente, ele não consegue lidar com tantas diferenças e interesses ao mesmo tempo.
Vejamos, a escola como uma instituição educacional, elabora normas de disciplina, currículo, grade de avaliação, lista de conteúdos. Os pais matriculam seus filhos lá e esperam que os professores curem seus traumas, superem suas deficiências, conheçam seus anseios, os tornem cidadãos civilizados e educados. Os alunos querem mais do que o mundo já lhes oferece, sempre novidades, tudo imediato, a vontade de cada um deve prevalecer.
E o professor, ah, a este resta pouco, deve colocar em prática todos os planos da escola e garantir seu pleno êxito. Conhecer seus alunos muito profundamente, auxiliando-os a superarem seus traumas (construídos desde a gestação), dificuldades de relacionamentos, aprendizagens, torná-los críticos ( mesmo quando a própria escola depois não agüenta e os classifica como delinqüentes).
Aliás desenvolver a criticidade não parece ser muito difícil, o difícil é aprender aceitar as críticas.
Com os alunos o professor deve ser mágico, palhaço, artista, médico, psicólogo, pintor, dançarino, comediante, ilusionista, técnicos em tudo, escritor, e mais uma infinidade de designações. Mas estará ainda muito aquém do que é esperado e do que se imagina ser um bom professor, estará sempre ultrapassado, porque o mundo além dos muros da escola corre rápido demais. Não tem a preocupação de formar ninguém, isto é tarefa do professor.
O mundo precisa desenvolver-se, superar-se, destruir-se. E espera do professor uma solução para o que atrapalha seu caminho.