domingo, 12 de julho de 2009

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

As atividades do sexto semestre do curso de Pedagogia a distância da Ufrgs chegaram ao final, mas os questionamentos e reflexões continuam.

O filme que assisti para realizar a síntese final do eixo VI: “Entre os muros da escola”, continua me assombrando com suas cenas conflitantes, mas reais do cotidiano das nossas escolas e salas de aula.

Entre saber que conflitos existem e vê-los explicitamente existe uma grande distância. Então ao ver o filme, o choque é causado.

Normalmente tudo o que acontece principalmente de ruim ou negativo é atribuído aos professores e no filme não ocorre diferente, o centro de todas as desavenças são jogadas para o professor. Realmente, ele não consegue lidar com tantas diferenças e interesses ao mesmo tempo.

Vejamos, a escola como uma instituição educacional, elabora normas de disciplina, currículo, grade de avaliação, lista de conteúdos. Os pais matriculam seus filhos lá e esperam que os professores curem seus traumas, superem suas deficiências, conheçam seus anseios, os tornem cidadãos civilizados e educados. Os alunos querem mais do que o mundo já lhes oferece, sempre novidades, tudo imediato, a vontade de cada um deve prevalecer.

E o professor, ah, a este resta pouco, deve colocar em prática todos os planos da escola e garantir seu pleno êxito. Conhecer seus alunos muito profundamente, auxiliando-os a superarem seus traumas (construídos desde a gestação), dificuldades de relacionamentos, aprendizagens, torná-los críticos ( mesmo quando a própria escola depois não agüenta e os classifica como delinqüentes).

Aliás desenvolver a criticidade não parece ser muito difícil, o difícil é aprender aceitar as críticas.

Com os alunos o professor deve ser mágico, palhaço, artista, médico, psicólogo, pintor, dançarino, comediante, ilusionista, técnicos em tudo, escritor, e mais uma infinidade de designações. Mas estará ainda muito aquém do que é esperado e do que se imagina ser um bom professor, estará sempre ultrapassado, porque o mundo além dos muros da escola corre rápido demais. Não tem a preocupação de formar ninguém, isto é tarefa do professor.

O mundo precisa desenvolver-se, superar-se, destruir-se. E espera do professor uma solução para o que atrapalha seu caminho.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

QUESTÕES ÉTNICAS E RACIAIS

Considerações finais sobre Questões Étnicas e Raciais

Marilene Paré afirma que a escola é o local onde mais são criados os pré-conceitos então é também onde podem ser quebrados, não se omitindo de trazer à tona abordagens étnicas raciais.

Trazendo a beleza da diversidade do povo brasileiro para os currículos escolares, tratando-os com seriedade, evitando a disseminação da discriminação.

A cultura e tradições afro e indígenas, devem ser resgatadas de maneira a serem valorizadas, excluindo terminologias pejorativas, permitindo que os alunos possam olhar para si mesmos e terem orgulho de sua etnia e não negá-la.

Isto é possível com uma formação e conscientização de professores que possam trabalhar estas questões com conhecimento e segurança da beleza histórica e cultural destes povos.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Considerações finais sobre Psicologia

Piaget foi nosso grande companheiro neste eixo VI.

Através de sua teoria da Epistemologia Genética que, acreditava que a aprendizagem acontece a partir da ação do sujeito sobre o objeto, sendo que essa ação pode ser física ou mental, procurei analisar minha prática docente de sala de aula.

Após constatar uma prática empirista, ou seja, aquela que acredita que o conhecimento é transmitido pelo professor ao aluno, tenho refletido muito sobre a teoria Piagetiana que estuda de que maneira acontece a aprendizagem e como se desenvolve no sujeito.

Chamada também de interacionista pela interação que deve haver entre o sujeito e o objeto, provando que o conhecimento é algo construído pelo sujeito, na sua ação sobre o objeto de conhecimento, e não se dá a aprendizagem se não houver estruturas necessárias para que esse sujeito seja autor de sua construção.

É pela ação do sujeito que o conhecimento é construído. Por isso, procuro fazer da minha sala de aula um ambiente prazeroso, interativo, investigativo, que instigue a curiosidade dos alunos e que faça com que se sintam parte de uma história construída em conjunto, onde cada um desenvolve o seu papel, construindo seu próprio conhecimento.

Não será de uma hora para outra mas é um início. A assimilação já houve, diria que estou num processo de acomodação destes conhecimentos para promover um equilíbrio, a construção do meu próprio conhecimento.

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Considerações finais de Filosofia

Percebemos e interpretamos o mundo pelo senso comum, isto é, é a nossa própria maneira de interpelarmos e dizer como ele é.

A Filosofia é a Ciência que nos faz vermos o mundo de outra perspectiva, é a superação do senso comum.

Somos acostumados a interpretar de uma maneira e passamos a perceber que as coisas não são como imaginávamos.

Na filosofia o conflito daquilo que tínhamos certeza, gera instabilidade, esta por sua vez gera angústia e busca uma nova resposta.

A atitude filosófica permite uma pergunta: “será que isto é assim mesmo?”

Na interdisciplina de Filosofia, fui desafiada a passar por um processo de exercício argumentativo, formalizando os argumentos, indicando as premissas e a conclusão.

Muito importante também foi o exercício de contestar a atitude do filósofo francês Claude Lee, defendendo perante o grupo minhas argumentações, analisando a refutação, mantendo ou mudando minha opinião.

Os princípios morais e dilemas, sempre presentes nas discussões, ajudaram no desenvolvimento de um pensamento crítico, procurando livrar minhas opiniões apenas do senso comum e abrindo para uma reflexão onde um mesmo tema pode ter outras interpretações.

A preocupação com a barbárie que acomete nosso mundo, foi bastante discutida e chegamos a conclusão que só através da educação poderemos ter um mundo mais humanizado.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

CONCLUSÕES SOBRE O ESTUDO DE CASO

Tudo me leva a refletir sobre nossa capacidade de saber o que está certo ou errado, nossas certezas de muito tempo construídas podem dissipar-se em poucos instantes. Isto aconteceu em breve contato para analisar a situação de um aluno de minha escola com necessidades educacionais especiais.

A princípio pelo meu despreparo e falta de informações, o assunto causou-me desânimo e impotência, pois achava que nosso papel de educador deveria ser corrigir a dificuldade apresentada pelo aluno.

Com o decorrer do semestre minha visão tomou novo enfoque, constatei primeiro que o que aprendi que seria uma deficiência é na verdade uma maneira diferente do sujeito estar no mundo, onde cada um apresenta seu tempo e sua maneira de expressar o que conhece e sabe fazer.

É difícil ver esta realidade porque vivemos em torno dos currículos escolares e estruturas já criadas que impõem seus padrões do que considera um pleno desenvolvimento do educando e quais metas deve atingir para ser considerado dentro dele, excluindo desta forma os que não se enquadram.

Fica também o entendimento de que nada pode ser modificado sem antes buscarmos informações e haver um comprometimento do professor em envolver-se no conhecimento e desenvolvimento de seu aluno.

O caso do menino que escolhi para analisar trouxe-me questões de providências que poderiam ter sido tomadas pela escola e pela família, na estrutura física e pedagógica, que não aconteceram e que também felizmente não fizeram falta ao Daniel. Mas como cada caso é um caso, fica o alerta para situações futuras de que atitudes devem ser tomadas e tem como melhorar a permanência do aluno na escola se houver um comprometimento e envolvimento em várias esferas, escolar, familiar e governamental. Cada um tem um papel fundamental a desempenhar na garantia do desenvolvimento pleno do aluno como cidadão. Desde o início mencionei que na realidade a escola não incluiu este aluno, mas ele incluiu-se nela. (Cheguei a pensar que este caso não seria produtivo em termos de reflexão sobre a inclusão). Em momento algum esta criança foi tratada como impotente ou diferente, sendo excluída ou desencorajada das atividades físicas. Havendo incentivo dos professores e por parte de sua família não houve repressão para que não participasse porque poderia não conseguir ou machucar-se.

Todo este conjunto de atitudes positivas levou o menino, agora sim, a ser incluído, no time de futebol que representa a escola nos jogos municipais.


Enquanto ele estava só em nosso espaço escolar, estava fácil de controlar a situação. Mas como seria a atitude dos alunos de outras escolas ao jogarem com um menino que usava muletas.

Todas estas questões pesaram na hora do professor de Educação Física incluí-lo em seu time e apostou no aluno que merecia esta chance de provar ser capaz de participar além de ser um direito seu e também pelo apoio de seus pais que poderiam impedi-lo por medo de ser machucado. O importante não seria a vitória do time e conseguir classificações, mas permitir que todos tenham seus direito garantidos no mundo, não importa suas diferenças como já vinha acontecendo com todos os professores pelos quais passou desde a pré-escola.

O professor foi questionado pelos alunos das outras escolas sobre como deveriam agir, quais cuidados tomar durante o jogo, sua respostas foi que jogassem normalmente, cuidando e respeitando como fariam com os outros.

Depois de um tempo de jogo e de algumas oportunidades perdidas, Daniel finalmente consegue marcar um gol, o professor relata este momento emocionado, da atitude do goleiro que vai ao fundo da rede, pega a bola, vem em direção ao menino, larga a bola e aperta sua mão. A platéia do ginásio de esportes, composta por alunos de várias escolas, levanta-se e aplaude.

Vejo então que a inclusão não é só promover mudanças de adaptação, mas acreditar que todo aluno sabe e pode aprender mais. Concluo, portanto que nossa escola sempre incluiu Daniel, pois permitiu a ele espaço para demonstrar que era capaz.

SEXTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2009

QUESTÕES ÉTNICO RACIAIS

Dimensões de uma expressão cultural
A imagem que faço de mim mesma, são invensões que fui criando conforme as memórias, os mitos e idéias incutidas e vivenciadas ao longo do tempo, conforme o meio em que vivo.
A crença que esta identidade não muda, será assim até o fim, está aos pouco se dissipando em mim. Já tive uma imagem de mim, onde me via como alguém insubstituível na minha família, no serviço, este pensamento exigia uma cobrança muito grande de estar sempre presente em tudo, fazer sempre a diferença. Ápós muitas reflexões, esta imagem está sendo substituída pela de alguém que tem um papel importante na sua história, mas que pode falhar, escolher o que mais lhe agrada, enfim ser o que sou e não o que gostariam que eu fosse. Sem precisar fazer comparações com os outros, sem negar o outro.

DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2009

PSICOLOGIA II

Método Clínico

Perceber o estágio de desenvolvimento em que se encontra meu aluno é muito importante no planejamento que desenvolverei com ele. Identificando o estágio pré-operatório ou operatório concreto, são os que atingirão a faixa etária do meu campo de atuação, terei uma visão da capacidade já desenvolvida ou não que meus alunos possuem de conservação, isto é, se acompanham o processo de transformação dos objetos ( reversibilidade ), ou se ainda se detem ao que estão vendo no momento ( irreversibilidade ).
Interrogando a criança, pedindo explicaçãoes, oferecendo contra-argumentos, procurarei captar seu pensamento para ver que novas hipóteses poderá criar, qual o caminho que segue para a aprendizagem.

QUINTA-FEIRA, 7 DE MAIO DE 2009

QUESTÕES ÉTNICAS RACIAIS

A escola infelizmente parece que tem se mostrado o ambiente mais propício à discriminação de todas as maneiras, pois é ali que se congregam os diversos tipos de etnias, classes sociais, culturas e portadores de algum tipo de necessidades especiais.

É ela também quem tem o papel de trabalhar e despertar a percepção e a consciência de seus integrantes para a diversidade que compõem os grupos familiares ou de convivência.
Acredito que o primeiro passo a ser dado para que eu respeite o diferente de mim é conhecê-lo. Isto através das atividades propostas e serem aplicadas com meus alunos, mostrou-se eficiente e foi um passo importante, pois meus alunos de pré-escola passaram a tomar conhecimento das próprias diferenças entre si, a partir da construção do mosaico das etnias, vislumbraram um mundo mais cheio de diferenças convivendo lado a lado.
Nesta atividade despertaram para a existência da etnia indígena e demonstraram interesse em conhecer mais sobre eles. Fazendo relações com seu modo de vida e o diferente que não torna ninguém melhor ou pior por não ter um modo de vida igual.

Todo este conjunto de atitudes positivas levou o menino, agora sim, a ser incluído, no time de futebol que representa a escola nos jogos municipais.


Enquanto ele estava só em nosso espaço escolar, estava fácil de controlar a situação. Mas como seria a atitude dos alunos de outras escolas ao jogarem com um menino que usava muletas.

Todas estas questões pesaram na hora do professor de Educação Física incluí-lo em seu time e apostou no aluno que merecia esta chance de provar ser capaz de participar além de ser um direito seu e também pelo apoio de seus pais que poderiam impedi-lo por medo de ser machucado. O importante não seria a vitória do time e conseguir classificações, mas permitir que todos tenham seus direito garantidos no mundo, não importa suas diferenças como já vinha acontecendo com todos os professores pelos quais passou desde a pré-escola.

O professor foi questionado pelos alunos das outras escolas sobre como deveriam agir, quais cuidados tomar durante o jogo, sua respostas foi que jogassem normalmente, cuidando e respeitando como fariam com os outros.

Depois de um tempo de jogo e de algumas oportunidades perdidas, Daniel finalmente consegue marcar um gol, o professor relata este momento emocionado, da atitude do goleiro que vai ao fundo da rede, pega a bola, vem em direção ao menino, larga a bola e aperta sua mão. A platéia do ginásio de esportes, composta por alunos de várias escolas, levanta-se e aplaude.

Vejo então que a inclusão não é só promover mudanças de adaptação, mas acreditar que todo aluno sabe e pode aprender mais. Concluo, portanto que nossa escola sempre incluiu Daniel, pois permitiu a ele espaço para demonstrar que era capaz.